O azul,
vermelho e branco volta a reinar na Bahia. O campeão está de volta. Após o mais
longo jejum de sua história, o Bahia voltou a soltar o grito de campeão. E do
jeito que o torcedor tricolor sempre viu, mas nunca se acostumou. Em um jogo
com seis gols, onde o Bahia ficou atrás do placar por duas vezes, o Esquadrão
encerrou o jejum de dez anos sem conquistar um título e aumentou a hegemonia
sobre o rival para 18 conquistas. São 44 títulos tricolores e 26 rubro-negros.
Um
título com sabor de presente de grego. Neste domingo, o Vitória completa 113
anos de existência. E com um toque de coincidência. A última vez que o Bahia
levantou uma taça foi no dia 12 de maio de 2002, no Campeonato do Nordeste. Há
exatos dez anos, em um dia das mães e na véspera do aniversario do rival. O
adversário também foi o Vitória.
Uma
conquista que serviu para coroar o melhor Campeonato Baiano do Bahia nos
últimos anos. Após o começo oscilante com Joel Santana, o Tricolor embalou com
a chegada de Paulo Roberto Falcão. Tanto é que depois de 18 anos depois a
equipe foi para a decisão com a vantagem. Melhor campanha da primeira fase, fez
nove pontos a mais que o maior rival e termina a competição com o melhor ataque
do Baiano.
Com
o fim do Baiano, Bahia e Vitória se preparam para o Brasileiro. Mas antes da
estreia nas Séries A e B, respectivamente, as equipes têm os primeiros duelos
pelas quartas de final da Copa do Brasil. Na quarta-feira o Rubro-Negro
enfrenta o Coritiba. No dia seguinte será o dia de o Tricolor jogar contra o
Grêmio. Os dois jogos serão em Salvador.
Virada e gosto de clássico
O
primeiro tempo começou com a taça nas mãos do Bahia. Com o 0 a 0 no primeiro jogo, o
Tricolor dependia apenas de um novo empate para ser campeão. Por isso, o
Vitória tratou de tomar a iniciativa em campo. Com o meio formado com três volantes, o
time de Paulo Roberto Falcão teve dificuldade na saída de bola e foi
surpreendido pelo rival.
A formação
ofensiva de Ricardo Silva e a aposta nos cruzamentos surtiram efeito imediato.
Logo aos quatro minutos, o zagueiro Victor Ramos levantou a bola na área e Neto
Baiano nem precisou de muito esforço para abrir o placar. Vigésimo sexto gol
dele no Campeonato Baiano e a taça a caminho da Toca do Leão.
A
parte rubro-negra de Pituaçu ainda fazia festa quando Gabriel levantou a bola
na área. Ela passou por todo mundo e encontro Fahel livre para dominar e chutar
forte no canto direito do goleiro Douglas. Empate em campo e tranquilidade para
o Bahia.
Além
de ter sofrido o gol de empate, o Vitória levou outro baque logo em seguida. Principal
arma ofensiva da equipe, Romário se machucou em uma disputa com Lulinha e
deixou o gramado. Como Léo havia sido vetado para a partida, Ricardo Silva teve
que improvisar o zagueiro Gabriel Paulista na posição.
Aí
o domínio passou a ser tricolor. Em apenas três minutos, Lulinha teve duas
oportunidades de virar o placar. Na primeira, completou de letra um cruzamento
de Fahel e viu Douglas fazer uma defesa espetacular. Na segunda, avançou
sozinho em direção ao goleiro, mas se atrapalhou e mandou a bola para fora.
Quando
o jogo se caminhava para o empate no primeiro tempo, falha geral na zaga do
Vitória. Gabriel cobrou uma falta da intermediária, Douglas falhou na saída e a
bola entrou sem tocar em
ninguém. Gol que aflorou os ânimos dentro de campo. Os
jogadores do Vitória cercaram o árbitro para reclamar de falta no lance.
A
reclamação gerou intenso bate-boca entre os jogadores nos minutos finais do
primeiro tempo. Na saída para o intervalo, Neto Baiano e Uelliton se
desentenderam com Danny Morais, mas a turma do deixa disso conseguiu evitar que
o espetáculo de dentro de campo fosse manchado pela briga fora dele.
Emoção e título tricolor
Na
volta para o segundo tempo, Ricardo Silva tirou Marquinhos de campo e colocou
Dinei para formar dupla de ataque com Neto Baiano. Mas quem assustou mesmo foi
o Bahia. Em boa jogada de Madson pela direita, Souza ficou com a sobra e bateu
colocado. A bola, caprichosamente, encontrou a trave de Douglas.
O
susto inicial fez com que o Vitória partisse para cima em busca do gol de
empate. O que não demorou para acontecer. Em cobrança de escanteio, Diones fez
falta dentro da área e o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Neto Baiano fez o
27º dele no Baiano, se igualou a Cláudio Adão e recolocou o Vitória na partida.
Logo
depois do gol de empate do Vitória, Douglas se redimiu da falha no segundo gol
tricolor. Titi cabeceou com perigo e o goleiro rubro-negro salvou em cima da
linha. No contra-ataque, Dinei aproveitou cruzamento de Neto Baiano e virou o
placar mais uma vez. Festa da parte vermelha e preta de Pituaçu.
Com o Vitória
novamente na frente do placar e a taça a caminho da Toca do Leão, o Bahia teve
que voltar a atacar com mais força. E chegou ao empate em um lance bem comum do
tricolor. Gabriel levantou a bola na área, Douglas não segurou a cabeçada e
Diones mandou para o fundo das redes.
Com
o gol, o Bahia voltou a controlar a partida, foi em busca do quarto gol e o
clima voltou a esquentar. Pela segunda vez consecutiva, o técnico Falcão abusou
das reclamações, foi expulso e teve que acompanhar os últimos minutos da
entrada do vestiário.
De
lá ele viu Souza desperdiçar duas boas chances de colocar o Bahia na frente do
placar mais uma vez. Viu também Marcelo Lomba salvar o Tricolor por duas vezes
em apenas um minuto. Lamentou quando Uelliton chutou a bola na barriga de
Vander, os dois se desentenderam e foram expulsos. Respirou aliviado quando
Pedro Ken recebeu um cruzamento sozinho dentro da área e mandou longe do gol de
Marcelo Lomba. Ficou irritado quando Souza foi expulso por ter dado um tapa no
rosto de Gabriel e comemorou como nunca quando o árbitro Wilson Seneme apitou o
fim da partida. Após longos e angustiantes dez anos, o torcedor do Bahia pôde
soltar o grito engasgado de campeão. E a Bahia voltou a ser tricolor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Digite aqui seu comentário.