sexta-feira, 23 de março de 2012

Walter Carvalho reconstitui trajetória de Raul Seixas em "Raul - O Início, o Fim e o Meio"


Cada país tem o seu Elvis Presley. O do Brasil, sem dúvida, é Raul Seixas (1945-1989). O cantor e compositor baiano, aliás, adorava Elvis. Foi seu ídolo de infância, chegando a fundar em Salvador um certo Elvis Rock Club junto com o amigo Waldir Serrão.
Esta ligação e outras estão no documentário "Raul - O Início, o Fim e o Meio", em que o diretor Walter Carvalho ("Cazuza - O Tempo Não Para", "Budapeste") procura dar conta do mito e do homem Raul - um dos ídolos da música nacional que mais tem provocado um culto póstumo em torno de si, seguindo, nisso também, a saga de Elvis.
Baiano como os tropicalistas Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, Seixas mostrou-se mais anárquico e radical do que eles. Misturou rock com baião no primeiro grande sucesso, "Let me Sing, Let me Sing", que estourou no Festival Internacional da Canção em 1972, traduzindo nessa canção uma outra influência, de Luiz Gonzaga.
Guiado por intuição e rigor, Walter Carvalho reconstitui a trajetória explosiva de Raul, que encontra no escritor Paulo Coelho um parceiro de drogas, satanismo e sucessos como "Há Dez Mil Anos Atrás" e "Sociedade Alternativa" - esta última, valendo aos dois problemas com a ditadura militar da época, que enxergou nela uma mensagem política e, por isso, os prendeu, torturou e mandou ao exílio nos Estados Unidos.
Pouco depois, o sucesso de seu disco "Gita" - que vendeu 600 mil cópias - traz Raul e Paulo Coelho de volta ao Brasil. Hoje um bem-sucedido autor internacional de romances de tempero místico, Coelho tem uma das mais saborosas participações no documentário, numa entrevista em que, em sua suntuosa casa, na Suíça, uma mosca faz uma surpreendente aparição, permitindo lembrar outra famosa música de Raul, "A Mosca na Sopa".
Com segurança, Carvalho costura depoimentos do irmão, de quatro das cinco ex-companheiras do cantor (a primeira, Edith, só participa por meio de uma carta, lida pela filha dos dois, Simone), de suas três filhas e de um neto, além de outros parceiros, como Cláudio Roberto, fãs e admiradores como Caetano Veloso, Tom Zé e Marcelo Nova.
Assim, constrói um panorama de uma vida curta, intensa e tumultuada, pontuada por alcoolismo, drogas, conflitos, mas não perde de vista a energia criativa do cantor e compositor, autor de hinos da contracultura, como "Metamorfose Ambulante".
Um grande tesouro do filme está no material de arquivo, proveniente de particulares, parentes, amigos, emissoras de tevê, contando inclusive com algumas imagens inéditas - o que consumiu cerca de 25% do orçamento total do filme (R$ 2,4 milhões), usados para pagamento de direitos.
Valeu a pena. Nada mais eloquente sobre Raul do que ele mesmo. E trechos de filmes, como "Balada Sangrenta" (1958), de Michael Curtiz, que mostra o jovem Elvis Presley no auge, e "Sem Destino" (1969), de Dennis Hopper, fecham a moldura da época que o cantor viveu tão intensamente.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

quinta-feira, 22 de março de 2012

Senadores baianos articulam com MEC a implantação de curso de medicina na UFRB


Os senadores baianos Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB) solicitaram na tarde desta quarta-feira (21) ao ministro da Educação, Aloísio Mercadante, a implantação do curso de medicina na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), durante reunião ocorrida na liderança do Governo, no Senado. Na ocasião, os senadores apontaram que a universidade possui estrutura adequada para abrigar o novo curso, que poderá funcionar no Centro de Ciências da Saúde.
Pinheiro lembrou que o município de Santo Antonio de Jesus, onde funciona um campus da UFRB, é um dos maiores da Bahia, com cerca de cem mil habitantes, onde já existe um dos maiores hospitais regionais, com mais de 150 leitos e 20 unidades de UTI. “A Bahia forma poucos profissionais de medicina e precisa ter oferta de cursos no interior, para uma distribuição mais razoável dos profissionais da área médica em todo o estado. A Bahia teve cinco novos grandes hospitais inaugurados desde o início da gestão do governador Jaques Wagner, e precisa ampliar a formação de quadros médicos”, destacou Pinheiro.
Mercadante disse que diversos estudos vêm sendo realizados pela pasta para instituir novos cursos de medicina em universidades federais do interior do Brasil, e se mostrou sensível à demanda do Estado. Na ocasião, os senadores entregaram ao ministro um documento que expõe detalhadamente o pleito da Bahia, assinado também pelo senador João Durval (PDT-BA). Também participou da reunião o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB).