Servidores estaduais da Bahia realizam o segundo dia de paralisação das atividades nesta quarta-feira (31) para acompanhar a votação das alterações de regras no plano de saúde da categoria, o Planserv. O assunto está marcado para entrar em pauta durante a tarde na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador.
Os servidores informaram que fizeram vigília durante a noite no órgão do Poder Legislativo. Profissionais das áreas de saúde, educação, segurança e judiciário aderem à paralisação desde terça-feira (30). É o segundo dia sem aulas para os estudantes da rede estadual de ensino.
De acordo com Marilene Betros, integrante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), cerca de 100 pessoas ficaram de plantão na Assembleia durante a madrugada e retomam à Casa por volta das 8h30.
"Queremos suspender esse projeto de lei porque muitas adequações ainda precisam ser feitas. Não aceitamos que o governo pratique reajuste no plano sempre que achar necessário, como prevê a proposta. E o reajuste do cônjuge é outro problema, ficou muito alto, em 45%", afirma.
Segundo Roquilde Ramos, coordenador do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb), a categoria dará o apoio necessário à causa contra a votação das mudanças no plano de saúde. “Só retornaremos ao trabalho na quinta-feira (1º)”, diz.
Mudanças
O projeto atinge os 460 mil beneficiários do plano de saúde Planserv na Bahia. Pela proposta do governo, o servidor que hoje não tem limite de atendimento passaria a ter direito por ano a seis consultas médicas, 12 consultas pediátricas, 12 consultas de acompanhamento pré-natal, cinco atendimentos de urgência e emergência e dez exames e procedimentos laboratoriais.
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As alterações propostas pelo governo estadual geraram discordâncias por parte dos servidores nas últimas semanas. Mas segundo o líder do governo, o deputado Zé Neto (PT-BA), os servidores já conquistaram o aumento de 10 (como propôs o governo) para 20 o número de consultas por ano.
Além disso, os atendimentos de emergência durante o expediente de trabalho ou exercício de função não serão abatidos nesse limite de consultas. Os servidores também conseguiram, em negociação, que crianças de até seis anos, em vez de dois, tenham direito a consultas sem entrar no limite de 20 anuais estabelecido para cada servidor.
“Na Bahia, apenas 5% dos servidores usam o Planserv extensivamente. O que queremos é melhorar a eficiência e não colocar mais tanto recurso público. O governo insere R$ 250 milhões no plano, é o estado que mais coloca recurso nesse modelo de plano de saúde”, diz o líder do governo. O parlamentar complementa que a Bahia tem 478 mil servidores, o que corresponde a um terço do mercado de plano de saúde no estado.
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