Estudantes da rede estadual de
ensino que estão matriculados na terceira série do ensino médio podem ser
prejudicados nos processos seletivos para ingresso nas universidades, em 2013,
por conta da greve dos professores, que entra, nesta quarta, 09, no 29º dia.
Segundo dados de 2011, os estudantes da rede estadual eram maioria no número de
inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – Enem (80% dos 441 mil inscritos)
e no vestibular da Universidade do Estado da Bahia – Uneb (64% dos 52 mil
inscritos).
Para as avaliações de 2013, no
entanto, este número pode diminuir. É o
que acredita o especialista em educação e professor da Universidade Estadual da
Bahia (Uneb) Basilon Carvalho. Para ele, as interrupções por conta de greves,
que aconteceram nos últimos meses, podem causar sérios danos ao aprendizado dos
pré-vestibulandos. “A capacidade cognitiva de cada aluno é baseada em tempo. O pré-vestibulando
acarreta uma tensão psicológica muito forte. Uma vez sem aula, sofrerão danos
quando forem prestar vestibulares e Enem, ao final do ano”, explicou.
Nesta terça, o secretário de
Educação do Estado, Osvaldo Barreto, anunciou, em Brasília, que a secretaria
estuda a possibilidade de contratar emergencialmente professores temporários
para atender os alunos matriculados na terceira série do ensino médio de forma
a reduzir os prejuízos ocasionados pela greve.
Desvantagem - Já Basilon Carvalho
salienta que o aluno da escola pública já é penalizado com um ensino menos
conceituado e a falta de estrutura. “O estudante da rede pública já está em
desvantagem, na maioria das vezes, ao concorrer com estudantes das escolas particulares. Agora, a desvantagem aumenta”.
Para o especialista, além do
baixo índice de aprovação em universidades públicas, a falta de aulas pode causar,
dentre outros problemas, a diminuição da autoestima do estudante e, em alguns
casos, até evasão escolar. “O aluno pode se sentir menos capacitado que os
outros colegas”.
Tédio - Jonatas da Silva
Prazeres, 18, é um dos alunos da rede pública que se inscreverão no vestibular
no final do ano. Sem aulas desde o dia 11 de abril, ele cursa o terceiro ano do
ensino médio no Colégio Estadual Luiz Viana, localizado em Brotas, e pretende
se inscrever no curso de engenharia da Ufba e da Uneb.
O jovem conta que teve a rotina
modificada por conta da greve. Tinha 60% do seu dia ocupado pelos estudos –
dentre aulas, estudos em grupo e tarefas de casa –, hoje, tem as atividades
diárias resumidas a programas de televisão, filmes e internet. “Agora, durmo às 3 horas, acordo às 12 horas e passo
o dia sem fazer nada”, contou.
O garoto afirmou que, nos dias
iniciais da greve, ainda reviu o conteúdo passado pelos professores e estudou
assuntos importantes. Passados quase 30 dias de greve, ele diz que não se sente
mais estimulado a estudar sozinho.
Disponível em: http://atarde.uol.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5835143&t=Greve+reduz+chances+de+alunos+da+rede+publica+no+vestibular
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